Pouco antes de terminar a primeira semana completa de trabalho, a gestão do prefeito Dr. Gabriel (PSB) em Corumbá afirma que encontrou uma situação crítica no caixa da cidade, que fica a 417 quilômetros de Campo Grande, com cerca de R$ 34 milhões em dívidas e parcelamentos a serem pagos em 2025.
A situação, conforme explica a secretária municipal de Planejamento, Receita e Administração, Camila Campos de Carvalho, pode ser ainda pior. Isso porque o levantamento sobre a saúde financeira do município ainda não foi concluído.
“Ainda estamos apurando, pois hoje ainda é o quinto dia útil do governo. Em dezembro, eles pagaram somente a folha líquida; as consignações, que são os empréstimos dos servidores descontados no salário, não foram pagas aos bancos. Despesas com INSS patronal, FUNPREV, FGTS, que são obrigações do mês de dezembro, deveriam ter recurso em caixa para pagamento, mas não têm”, disse.
No que diz respeito ao pagamento da folha, a atual gestão afirma que herdou R$ 5 milhões em débitos, o que trará grandes impactos no orçamento anual. “Os professores estão aguardando o valor de um terço de férias. Eles saíram de férias e esse valor deveria ter sido empenhado e pago em dezembro, mas não foi”, explica a secretária ao citar a dívida de quase R$ 3 milhões com os docentes.
Nem mesmo a saúde pública, alvo de diversas críticas na cidade, ficou de fora da lista de rombos. Ainda de acordo com o levantamento da Prefeitura, a antiga gestão do prefeito Marcelo Iunes (PSDB) não fez o repasse do subsídio relativo ao mês de dezembro para a manutenção dos atendimentos na Santa Casa da cidade. O valor da dívida é de R$ 1.202.000,00. Outro pagamento essencial que não foi realizado foi o subsídio ao transporte público, que custa cerca de R$ 800 mil por mês. “Não foi pago, não tem dinheiro em caixa, nem empenho”, ressalta.
Previdência Social
O pagamento de uma dívida da Prefeitura com a Funprev (Fundo de Previdência Social dos Servidores Municipais de Corumbá) também faz parte da “herança maldita” deixada para a gestão. Com um parcelamento que chega a R$ 1 milhão por mês.
“A gente encontrou parcelamentos da Prefeitura devendo ao FUNPREV na casa dos R$ 24 milhões. Isso sem contar os juros desses valores todos. Por mês, nesses quatro anos, a gente tem uma parcela mensal a pagar ao FUNPREV, chegando a R$ 1 milhão, se contar entre juros e multas. É um dinheiro que deveria ir para a saúde, para a infraestrutura, para a educação”, destacou a titular da Seprad.
Um ponto que chamou a atenção do atual prefeito foi com relação às condições em que o Paço Municipal se encontra. “Muito mofo, salas com materiais quebrados; o RH sem nenhuma condição de arquivo. Estamos numa força-tarefa, principalmente na área do RH, com uma equipe grande lá trabalhando para colocar em ordem a vida do servidor”, disse Dr. Gabriel. Fonte: Midiamaxuol