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Após secar completamente, cachoeira Rio do Peixe no Pantanal é recuperada

por Redacao
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Cachoeira do Rio do Peixe chegou a secar em outubro, mas foi recuperada – Foto: Idest

Após secar completamento em outubro do ano passado, a cachoeira do Rio do Peixe, localizada no município de Rio Negro, foi recuperada e voltou a ter queda d’água.

O projeto envolveu monitoramento via satélite e correções do solo para desobstruir o curso do rio. A cachoeira do Rio do Peixe é umas da maiores de Mato Grosso do Sul, com cerca de 70 metros.

A ação de recuperação foi realizada pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP), organização sem fins lucrativos que trabalha na preservação do bioma, e envolveu cerca de 20 pessoas em uma área de 40 hectares.

Também houve apoio da Polícia Militar Ambiental e de proprietários de terras em que o rio passa.

O biológio e analista Sérgio Barreto acompanhou o projeto e disse à Folha de São Paulo que o alerta surgiu ao ver a cachoeira sem água.

Segundo ele, mesmo com a grave estiagem que a região enfrentou no último ano, com recorde de secas e queimadas, a falta de chuva sozinha não seria o suficiente para interromper totalmente a passagem da água.

“O rio do Peixe é um dos principais afluentes do Rio Negro, um dos principais contribuintes do nosso pantanal. Além disso, é importante para reprodução de peixes, principalmente os do rio Negro, que usam o local para reprodução”, explica o biológo.

Entre os problemas encontrados no curso do rio, da nascente até a queda d’água, foram identificadas obstruções formadas pela própria vegetação, devido a processos de erosão e desmatamento, e outras feitas com intervenção humana, para desviar a água do rio para abastecer uma determinada região.

“A gente viu que era possível, com uma correção de solo e com algumas soluções nas áreas de nascente, aumentar e melhorar esse fluxo permitindo que a cachoeira voltasse”, disse Barreto

O trabalho de recuperação começou ainda no ano passado e a volta das chuvas em dezembro contribuiu para o resultado da ação, pois aumentou o fluxo de água no rio. Todo o trabalho, envolvendo monitoramento, testes, diagnóstico e execução levou cerca de quatro meses.

Como a nascente fica em um propriedade privada, os proprietários foram conscientizados da necessidade da correção e os fazendeiros disponibilizaram maquinário e funcionários para que a equipe do IHP fizesse os trabalhos.

A primeira parte do trabalho foi a desobstrução do curso da água, sendo o segundo, ainda em andamento, a recuperação da mata ciliar, que protege as margens do curso d’água.

“Isso é o que faz com que o rio tenha estabilidade. Mas quando a gente fala em recuperação com plantio, a resposta é um pouco mais longa”, acrescentou o biológo.

Barreto explicou ainda que a expectativa é que a cachoeira não volte a secar completamente neste ano, mesmo com a possibilidade de uma nova estiagem.

Ela pode reduzir seu fluxo a baixíssimos níveis, mas não é mais para secar. Se secar vamos avaliar e fazer um novo levantamento”, concluiu.

A cachoeira e o rio tem grande importância para Rio Negro, tanto pela pesca de subsistência de moradores da região e equilíbrio do ecossistema já fragilizado, quanto pela queda d’água de 70 metros mover o turismo na cidade. Fonte: Correio do Estado

 

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